Os municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC) têm como principal objetivo conduzir suas políticas públicas colocando sempre em foco a integração de ações que possam otimizar os recursos e investimentos em cada área. A potencialização da influência política é um dos instrumentos que podem carrear a atenção do Estado para as necessidades regionais, apresentando soluções práticas e antecipando etapas de realizações através da racionalização do trabalho administrativo.
Os setores essenciais são mais sensíveis e exigem um cuidado especial no sentido da interação entre os municípios. O exemplo recente da unificação na Segurança, a partir da iniciativa dos comandos das guardas municipais, mostra que a tendência de entendimento e de ações conjuntas é o caminho correto para atingir metas coerentescom a urgência requerida por se tratarem de preocupações vitais da sociedade.
A centralização de decisões na área de saúde pública é outro elemento que precisa ser urgentemente implementado em âmbito regional, assimilando a natural interação e proximidade dos municípios, que devem adotar critérios e sistemas que permitam que o atendimento à população seja ampliado e qualificado. A demanda por leitos hospitalares é questão emblemática, mostrando que a disponibilidade pode parecer abaixo da necessidade por falta de uma gestão integrada. Em reportagem nesta edição, o Correio Popular apresenta uma radiografia do setor de Saúde na RMC. Especialistas são consensuais em que uma melhor administração regionalizada pode trazer muitos benefícios.
A sobrecarga dos hospitais na região mostra que a capacidade de operação chega perto do limite, principalmente pela atração que a excelência de atendimento no setor exerce sobre a população dos municípios vizinhos. O Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) acaba sendo referência para uma população de 4 milhões de habitantes, dividindo os encargos com o Hospital Estadual de Sumaré e, mais recentemente, o Hospital Ouro Verde, em Campinas. A falta de outras opções traz para esses centros um fluxo inconveniente de pacientes, que sobrecarregam a estrutura de assistência e submetem os atendidos a verdadeiras maratonas.
Algumas sinalizações mostram que a equação começa a ser resolvida positivamente. A implantação dos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) veio para desafogar a demanda por leitos, ao tempo em que se busca maior eficiência e resolutividade no atendimento. Mas ainda faltam investimentos na criação de hospitais públicos que possam prover a saúde da população como um direito natural, não uma conquista.
Saúde emerge como um setor no qual a regionalização é mais necessária e importante, puxando o carro da integração que deve se estender à segurança, às decisões em transportes, prestação de serviços públicos, educação e geração de empregos, tendo sempre como meta fixar os cidadãos em seu lugar de origem para sua maior conveniência, conforto e segurança social.
Publicada em 1/3/2010
Correio Popular
Editorial
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