30/08/2011

Mandado de Intimação de Sentença em Mandado de Segurança.

O Conselho Municipal de Saúde - CMS foi notificado oficialmente sobre o Mandado de Intimação de Sentença em Mandado de Segurança referente ao Processo no. 650.01.2011.003801-3/000000-000, segue abaixo trecho da sentença:

CONCEDO A SEGURANÇA requerida pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO contra PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE VALINHOS, para o fim de anular a eleição para o Conselho Municipal de Saúde do Município de Valinhos a partir das inscrições dos representantes da sociedade civil organizada e das entidades regularmente constituídas com sede no Município não ligados à área de saúde, bem como determinar a proibição de nomeação de pessoas em comunhão de interesses com a Administração Publica ou que recebam subvenções da Prefeitura Municipal, tornando definitiva a liminar concedida a fls. 224-225.
Encaminhamos Ofício à Secretaria de Assuntos Jurídicos e Institucionais solicitando maiores esclarecimentos sobre as novas eleições, manteremos contato assim que tivermos novas informações.

29/08/2011

Plano terá de pagar ao SUS por tratamentos mais caros

Governo vai exigir ressarcimento de procedimentos como quimioterapia.Outra medida prevê reduzir tempo para plano ressarcir o SUS por atendimentos a pacientes com convênio
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) passará a cobrar dos planos de saúde os procedimentos de alta complexidade (como quiomioterapia) que seus usuários façam no SUS. Hoje, só a internação é passível de ressarcimento.Ainda não há uma estimativa do montante de recursos que essa mudança representará ao SUS. Atualmente, 46 milhões de brasileiros possuem planos de saúde.O governo não sabe, porém, quantos deles fazem procedimentos no SUS. Em hospitais públicos de São Paulo, 20% dos pacientes atendidos têm convênios.Ontem, foi publicada no "Diário Oficial" da União uma nova lei para repassar diretamente ao FNS (Fundo Nacional de Saúde) o dinheiro cobrado dos planos. Hoje o dinheiro ressarcido deveria voltar para as secretarias estaduais e municipais, mas isso não ocorre, segundo Padilha.Em entrevista à Folha, o ministro afirmou que, antes, esses recursos ficavam com a ANS e, agora, com a nova lei, será possível uma distribuição mais equânime entre Estados e municípios, além de acelerar o repasse.

ATENDIMENTO
A ideia é que, a partir de 2012, seja zerado o tempo de espera entre o atendimento de um conveniado no SUS e a cobrança às operadoras de saúde. Hoje esse tempo está em dois anos.Indo para o FNS, o dinheiro não necessariamente voltará à unidade de saúde que prestou atendimento. "Isso pode fazer com que os Estados criem leis que estimulem a 'dupla porta', como fez o governo de São Paulo", diz Mario Scheffer, especialista em saúde pública pela USP.Padilha discorda: "A legislação anterior não garantia o recurso para o SUS, dava mais argumento para quem quisesse garantir uma forma paralela de ressarcimento".Segundo o ministro, o ressarcimento pelos procedimentos de alta complexidade será fundamental porque há muitos pacientes de planos de saúde fazendo quimioterapia e outros procedimentos no SUS, e os planos não pagam nada por isso.A Federação Nacional de Saúde Suplementar, que representa 15 grupos de operadoras privadas, e a Abramge, que representa os planos de saúde, informaram que vão aguardar mais detalhes das medidas para se manifestar. 

26/08/2011

Consulta Pública

Para contribuir na consulta em andamento sobre a proposta de Revisão da Resolução CNS nº 333/2003, que ocorre no período de 21 de julho até 21 de setembro de 2011, você deve fazer o seu cadastro prévio no Sistema de Consultas Públicas do Sistema Único de Saúde.
O SUS utiliza o mecanismo de "Consultas Públicas" para colher contribuições, tanto de setores especializados quanto da sociedade em geral, sobre as políticas e os instrumentos legais que irão orientar as diversas ações no campo da saúde no país.
A ferramenta de consulta pública abre a possibilidade de uma ampla discussão sobre diversos temas na área de saúde, permitindo que você participe e contribua na construção do sistema de saúde brasileiro. Por meio da consulta publica o processo de elaboração do documento é democrático e transparente para a sociedade.
As consultas públicas estão divididas por assunto, os documentos são públicos e para contribuir com as mesmas solicitamos o seu cadastro prévio, o que possibilita uma comunicação posterior, se necessário, visando esclarecimentos e ou retirada de dúvidas acerca da sua contribuição.

22/08/2011

Comissão avaliará políticas públicas relacionadas aos agentes de saúde

Comissão especial que analisa a definição de um piso salarial nacional para agentes comunitários de saúde e de combate a endemias decidiu realizar audiência pública para discutir as diretrizes e políticas dos ministérios da Saúde, do Planejamento e da Casa Civil relacionadas a esses profissionais. Serão convidados representantes dos três órgãos.

A reunião foi solicitada pelos deputados Romero Rodrigues (PSDB-PB), Benjamin Maranhão (PMDB-PB), Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), e João Campos (PSDB-GO). A data para realização da audiência ainda será definida.

A comissão

A comissão especial foi criada para avaliar o Projeto de Lei 7495/06, do Senado, que regulamenta as atividades dos agentes e cria cargos na Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Diversas outras propostas tramitam em conjunto, como o PL 6111/09, que define o piso nacional da categoria em R$ 930 mensais para profissionais com formação em nível médio.
A Emenda à Constituição 63, de fevereiro de 2010, estabelece que uma lei federal definirá o regime jurídico, o piso salarial nacional, as diretrizes para os planos de carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias. Segundo essa emenda, caberá à União prestar assistência financeira complementar aos estados e aos municípios para o cumprimento do piso salarial.



Fonte: Agência Câmara





10/08/2011

Em defesa do SUS



Em vez de termos a sociedade arcando com os custos que deveriam ser dos planos, teremos convênios ajudando a financiar a saúde pública

O Estado de São Paulo acabou de regulamentar uma lei que permite que hospitais geridos por organizações sociais possam cobrar dos planos de saúde, e somente deles, pelo atendimento dado gratuitamente a seus conveniados.
Como esclarecemos por diversas vezes, trata-se de uma ação de justiça social. A lógica da medida é simples: na atual situação, uma pessoa que pagou a vida inteira por um plano de saúde, no momento em que mais precisa, acaba procurando o atendimento altamente especializado da rede hospitalar pública. Nesse quadro, os convênios jamais pagam a conta.
Recebem de seus clientes, mês a mês, ano a ano, enquanto eles estão saudáveis, e não arcam com as despesas quando estão doentes.
Quem paga a alta conta, que deveria ser paga pelos planos de saúde, portanto, é a sociedade, é o Sistema Único de Saúde. Parece justo? Para algumas pessoas, parece que sim.
No artigo "Paulada no SUS", de Ligia Bahia e Mário Scheffer ("Tendências/Debates", 22/7), duros ataques à medida são proferidos. Não discutimos aqui as intenções dos autores, sabidamente defensores de um atendimento de qualidade e gratuito para a população.
Discute-se, isso sim, a forma como faremos do SUS, cada vez mais, um sistema que possa atender a todos, com excelência e agilidade.
Dizer que a regulamentação da lei beneficiaria os convênios é ignorar, a um só tempo, as vantagens decorrentes da atual situação para os planos de saúde e as vantagens que iremos obter para o SUS com essa alteração. É fazer, ainda que de forma involuntária, o jogo dos planos privados.
Por serem geridos por organizações sociais, hospitais como o Instituto do Câncer Octavio Frias de Oliveira (Icesp) não poderiam ter o ressarcimento feito por meio da lei federal que permite essa prática.
Ou seja, estavam impedidos legalmente de cobrar dos planos de saúde pelo tratamento dado a seus conveniados. Com a nova lei, modificamos essa situação.
Hoje, a cada cinco pacientes do Icesp, um possui convênio. A situação se repete em outros hospitais. Insisto: o atendimento a conveniados já ocorre nos nossos hospitais.
Todos têm direito ao atendimento público gratuito, e isso jamais será alterado. O que buscamos é corrigir a atual distorção. E corrigiremos.
Além disso, alguns pontos vêm sendo ignorados pelos críticos da medida, embora estejam expressos na lei. Os hospitais não poderão fazer reserva de leitos, consultas ou qualquer outro atendimento em benefício do paciente conveniado. Não haverá distinção entre pacientes do SUS e de planos de saúde.
Não haverá, portanto, a "dupla porta". A correção dessa distorção trará uma nova fonte de recursos a esses hospitais públicos.
Todas as verbas advindas dessa medida terão que ser investidas necessariamente no atendimento dos pacientes, na ampliação e na melhoria dos hospitais. Isso também está expresso na lei. Assim, em vez de termos a sociedade arcando com os custos que deveriam ser dos planos, teremos os convênios ajudando a financiar a saúde pública, uma vez que também se beneficiam do SUS. De fato, parece justo.
A defesa do SUS não se faz apenas com palavras, mas com ações e medidas concretas. Jamais nos furtaremos a tomar decisões que sabemos ser justas e que trarão benefícios à população. Estamos abertos ao debate, mas com a convicção de quem trabalha diuturnamente pela saúde pública. E que jamais deixará que o SUS seja vítima de uma paulada. Venha de onde vier.

GIOVANNI GUIDO CERRI, médico e professor titular da Faculdade de Medicina da USP, é secretário de Estado da Saúde de São Paulo.

09/08/2011

Conselho Federal de Medicina cria três novas áreas de atuação no país

DE SÃO PAULO - Uma resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) publicada ontem no "Diário Oficial da União" cria três novas áreas de atuação médica: medicina do sono, paliativa e tropical.
A partir de agora, o profissional que ingressar em um programa de residência em infectologia, por exemplo, pode receber treinamento adicional na área de medicina tropical.
Segundo Carlos Vital, vice-presidente do CFM e membro da Comissão Mista de Especialidades, "mudanças nas características de determinados ramos da medicina exigem adaptações de nomenclatura e de distribuição das atenções profissionais; isso é próprio do caráter orgânico da profissão".
A resolução associa a área de medicina paliativa às especialidades de clínica médica, cancerologia, geriatria e gerontologia, medicina da família, pediatria e anestesiologia.
Vinculada à especialidade de infectologia, a área da medicina tropical é dedicada ao estudo de doenças como malária, febre amarela e dengue.
A medicina legal também passa a ser denominada medicina legal e perícia médica. Cirurgia de coluna, perícia médica, reprodução humana e medicina aeroespacial deixam de ser tratadas como áreas de atuação.

FSP 02/08/11

08/08/2011

Conferência Regional - II

Ocorreu dia 05 de agosto de 2011, sexta-feira, a Conferêncai Regional na cidade de Louveira, etapa preparatória da 6ª Conferência Estadua de Saúde. Houve a participação de mais de 500 delegados de quarenta e dois Municípios da Região.
Nesta estapa foram eleitos delegados para a Conferência Estadual, na seguinte proporção:
  • 24 de usuários
  • 12 dos trabalhadores
  • 12 dos gestores
Fotos abaixo são de autoria de Valdir de Carvalho.



Lembramos que a 6ª Conferência Estadual de Saúde vai acontecer de 31 de agosto a 2 de setembro de 2011 com o tema "Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social, Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro", e o eixo "Acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o SUS".

05/08/2011

DIA NACIONAL DA SAÚDE

Na data de hoje, 05 de agosto, comemoramos o dia Nacional da Saúde. Este dia foi em homenagem ao médico Osvaldo Cruz, que nasceu em 5 de Agosto de 1872.
Osvaldo Cruz entrou para a faculdade de medicina com 15 anos, quatro anos depois especializou-se em bacteriologia, pelo Instituto Pasteur de Paris. Foi nomeado Diretor de Saúde Pública em 1903. Atuando como um Ministro da Saúde daquela época, lutou contra a febre amarela, a peste bubônica e a varíola.
O aniversário de Osvaldo Cruz é uma data para enterdermos que as atitudes saudáveis e conscientes como: criar um ambiente adequado, políticas e hábitos sustentáveis para o ser-humano e areas verdes é responsabilidade de cada um de nós.
Abaixo listamos algumas atitudes simples e de suma importância.
  • Participe e incentive parentes e amigos sobre a coleta seletiva de lixo. Já que estamos em ano de eleição, cobre dos seus canditatos políticas como esta.
  • Antes de ir ao supermercado lembre-se de levar a sua sacola, aquela ecobag legal, ou mesmo uma caixa de papelão para trazer as compras. Este é um hábito comum na Europa.
  • Pratique exercícios físicos regularmente tendo em mente que é o seu bem estar que está em jogo.
  • Não fume.
  • Trate bem da água, ela também faz parte da saúde pública, faça o consumo consciente e não desperdice.
Estas são somente algumas das várias ações simples que podemos ter. Fazer valer o esforço de um brasileiro para com a saúde do nosso país é nosso dever.

04/08/2011

Dúvida na saúde paulista

Decreto editado pelo governo paulista, com o alegado objetivo de cobrar dos planos de saúde pelo atendimento a seus clientes em hospitais da rede pública, reavivou uma vez mais a polêmica sobre a chamada "dupla porta" -uma para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), outra para quem paga convênios médicos.
Toda vez que se discute esse ressarcimento há o receio -justificado- de que o serviço público, mantido pelos impostos de todos, dê privilégios à parcela da população que possui planos de saúde.
A falta de clareza do governo ao anunciar a sua decisão apenas ajudou a alimentar a controvérsia.
A nova medida autoriza convênios médicos a incluir hospitais públicos gerenciados por organizações sociais (as OSs, entidades privadas sem fins lucrativos) na sua rede credenciada.
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) afirma que não haverá dupla porta e só busca mecanismos legais para efetuar a cobrança por um serviço que já é prestado. Em instituições especializadas de excelência, como o Instituto do Câncer Octavio Frias de Oliveira, 20% dos pacientes têm planos de saúde, que não ressarcem o Estado.
Críticos temem que o decreto abra uma brecha para o atendimento diferenciado, como já acontece no Hospital das Clínicas.
A dupla porta e a utilização que os planos de saúde fazem da rede pública sem pagar por isso são duas facetas da mesma moeda: o financiamento anêmico do sistema de saúde no país.
No primeiro caso, trata-se de uma saída pragmática, ainda que paliativa, para levantar recursos. No segundo, é questão de justiça, uma vez que os planos de saúde recebem anos e anos dos clientes, que depois recorrem à rede pública, sem custo para as empresas.
O governo estadual paulista alega que o decreto proíbe o atendimento preferencial. Cumpre, então, acompanhar de perto a implementação da medida, para controlar se não ocorrem desvios.
Não se deve condenar, sem um exame mais detalhado, uma medida que pode ajudar a combater a sangria de verbas em benefício privado. Essa injeção de recursos, estimada em até R$ 500 milhões anuais, pode dar novo impulso à melhoria na qualidade ainda sofrível da saúde pública paulista.

FSP 03.08.2011

03/08/2011

Conferência Regional - I

Portaria DRS VII-5, de 18-7-2011

O Diretor Técnico de Departamento de Saúde do DRS VII Campinas resolve:

Artigo 1º - Convocar a Etapa Regional da 6ª Conferência Estadual de Saúde da área de abrangência do DRS VII Campinas, que abordará o tema central: “Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social - Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro!”, no dia 05 de agosto, no Hotel Estância Santa Mônica, município de Louveira.

Artigo 2º - Designar os integrantes da Comissão Organizadora da Etapa Regional da 6ª Conferência Estadual de Saúde:

I. Gestores:
a. Darci Pinheiro de Oliveira – RG 15.120.587-5 – Hortolândia
b. Maria Inês Fattari de Azevedo – RG 8.407.736-0 – Itatiba
c. Roberto Cazarin Gomes – RG 1.483.210-6 PR – DRS VII
d. Silvia Simões Teixeira Nicolau – RG 8.800.240-8 – DRS VII
e. Valter Luis Stanise – RG 13.655.647-4 – DRS VII

II. Usuários:
a. Antonio José Carviçais – RG W683204U – Atibaia
b. Carlos Alberto Borges do Nascimento – RG 28.984.681-X – Atibaia
c. Edvaldo Apolinário Furtado – RG 7.359.441 – Indaiatuba
d. Esther da Silva Lobo – RG 2.104.948 – Atibaia
e. Irço Borges de Souza – RG 8.805.006 – Sumaré
f. José de Oliveira Barbosa – RG 7.864.708-3 – Vinhedo
g. Luiz Fernando de Oliveira Wolf – RG 9.590.592 – Indaiatuba
h. Marlene Leite – RG 20.210.060 – Jundiaí
i. Miguel Waulliano – RG 4.302.387-3 – Vinhedo
j. Ralf Milani de Carvalho – RG 8.358.604 – Jundiaí

III. Trabalhadores de saúde:
a. Ermindo Pedro da Silva – RG 5.104.288 – Bom Jesus dos Perdões
b. Estefânia Rodrigues de Godoy – RG 15.892.330 – Louveira
c. José Luiz Crepaldi – RG 18.263.983 – Sumaré
d. Roseli de Freitas Silva – RG 19.977.520-5 – Jundiaí
e. Selma Alves Teixeira – RG 40.355.786-0 – Itatiba

Artigo 3º - A Comissão Organizadora da Etapa Regional da 6ª Conferência Estadual de Saúde contará com uma Equipe de Apoio composta por servidores do DRS VII Campinas.

Artigo 4º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

(Republicada por ter saído com incorreções no original – D.O. 20/07/11 – Seção I – p. 29)

Fonte: DOE de 03/08/2011, página 41.

02/08/2011

Ministério Público quer remédio para derrame no SUS

Ação pede que governo forneça gratuitamente o único remédio aprovado no país para AVC isquêmico, cuja dose custa R$ 3.500

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

O Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública para que o governo forneça gratuitamente o medicamento alteplase, indicado para AVC (acidente vascular cerebral). O derrame cerebral é a principal causa de morte no país.
A ação foi motivada após a Folha ter publicado uma reportagem, em 2009, sobre a suspensão da proposta de distribuição gratuita do remédio no SUS.
"Desde 2009 eu tentei administrativamente que o remédio fosse adotado no SUS. Mas isso não aconteceu", diz o procurador regional dos direitos do cidadão em São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, autor da ação civil pública.

ALTO CUSTO
O alteplase é o único remédio aprovado no Brasil para AVC isquêmico, que representa 85% dos casos de derrame.
De acordo com a neurologista Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC, oito em cada dez pacientes com esse tipo de lesão são atendidos em hospitais públicos.
Como o medicamento é caro, muitos acabam ficando sem ele: a dose única do alteplase custa R$ 3.500. Para os cofres públicos, no entanto, a matemática seria positiva. De acordo com um estudo do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Avaliação de Tecnologias em Saúde, pagar o remédio é mais barato do que o tratamento das sequelas.
"O governo economizaria cerca de R$ 1.000 por paciente se custeasse o medicamento, em vez de tratar as sequelas ou gastar com previdência social", diz Martins.
Pelo menos metade das pessoas que sofrem AVC fica com sequelas graves, como paralisia de membros, e a medicação consegue reduzi-las.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, o alteplase está na lista dos remédios que serão incorporados pelo SUS no plano de enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis até 2022, mas ainda não há um prazo para que isso aconteça.

FSP 02/08/11

01/08/2011

Governo recorre à revisão de estudos para inclusão de remédios no SUS


Ministério da Saúde encomendou 68 revisões sobre os mais diversos temas para centro especializado; em alguns casos resultado do trabalho permitiu economia de R$ 820 milhões; cientistas também apontam lobby da indústria e falhas nas pesquisas
30 de julho de 2011 | 0h 00
Alexandre Gonçalves - O Estado de S.Paulo

O Ministério da Saúde tem recorrido a revisões científicas para definir a inclusão de novos medicamentos na lista do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é evitar que o governo invista em alternativas terapêuticas de benefício duvidoso e alto custo.
Uma revisão, por exemplo, mostrou que stents convencionais - um tipo de prótese para artérias, que custa R$ 3 mil - são tão efetivos quanto stents revestidos com medicamentos, de R$ 15 mil. O trabalho contribuiu para poupar R$ 820 milhões no ano passado.
Outro estudo mostrou que o uso de uma droga oncológica no tratamento de degeneração macular úmida - doença que afeta cerca de 30 mil pessoas no País - poderia substituir com igual eficácia o remédio aprovado especificamente para tratar a doença. Com uma diferença: a terapia alternativa custa R$ 600 por olho afetado, enquanto a oficial não sai por menos de R$ 15 mil.
Nenhum dos dois remédios está disponível no SUS. Mas, se o uso oftalmológico da droga para câncer fosse aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seria uma alternativa viável para inclusão no rol da rede pública, afirma Rubens Belfort Junior, pesquisador da Universidade Federal de São Paulo. "A segunda não teria chance: o custo é muito alto."
Muitas revisões são feitas pelo Centro Cochrane do Brasil, braço nacional da Cochrane Internacional, entidade britânica fundada em 1993 que auxilia médicos a adotar condutas clínicas baseadas em evidências científicas. "Até agora, o centro realizou 68 revisões sobre os mais diversos temas para o ministério", recorda Álvaro Attalah, fundador do centro no País.
Importância. Todos os dias, revistas científicas publicam milhares de artigos na área médica. Revisões sistemáticas servem para reunir em um só local as evidências obtidas em diversos estudos (mais informações nesta página), devidamente expurgadas de resultados pouco confiáveis.
Em 2005, o Ministério da Saúde pediu ao Centro Cochrane do Brasil que respondesse à seguinte pergunta: "A drotrecogina alfa ativada é efetiva e segura no tratamento da sepse grave?" Recebeu como resposta: "Depende." Nos casos de pacientes "com alto risco de morte", sim. Nos demais, não. A revisão lamentava a inexistência de testes clínicos de melhor qualidade.
A mesma crítica já circulava nos Estados Unidos. Um artigo publicado no New England Journal of Medicine, em 2006, sublinhava a falta de testes clínicos robustos e questionava a campanha "Sobrevivendo à sepse grave", que promovia o uso do medicamento e era financiada pela própria empresa que o produzia.
Ou seja, revisões sistemáticas também servem para indicar casos em que ensaios clínicos - normalmente financiados pela indústria - apresentam lacunas.
Estudos mostram que farmacêuticas publicam preferencialmente trabalhos que confirmam a eficácia dos seus produtos.
O Centro Cochrane não realiza só revisões a pedido governo. Também produz estudos que mostram a efetividade de tratamentos baratos, mas que carecem de lobbies poderosos para lutar por sua inclusão no SUS.
Uma revisão mostrou, por exemplo, que um investimento anual de apenas R$ 6 milhões para oferecer suplementação de cálcio a gestantes evitaria 50 mil casos de complicações por pré-eclampsia. Estudos mostram que poucos obstetras da rede pública prescrevem cálcio às gestantes, medida indicada pela Organização Mundial da Saúde.
Críticas. Wanderley Marques Bernardo, professor da USP e um dos organizadores do Projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira e do Conselho Federal de Medicina questiona o que considera um "uso seletivo" das revisões sistemáticas pelo governo federal.
"É uma forma de conseguir uma justificativa racional para uma decisão prévia de não gastar dinheiro com determinadas terapias", afirma Bernardo. "Para muitos remédios ainda não há revisões sistemáticas. Mesmo assim, sua inclusão é absolutamente racional."